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HISTÓRIA DA
AROMATERAPIA

Ao observar a história da humanidade, percebemos que a conexão do homem com a natureza foi aos poucos sendo substituída por novas tecnologias e novas formas de vida, na medida que ocorreram as grandes revoluções industriais. No entanto, a prática da aromaterapia, que remonta a civilizações antigas como Egito, China e Índia, onde óleos essenciais eram usados para fins medicinais, espirituais e cosméticos, nunca foi completamente abandonada. Durante a Idade Média, a aromaterapia continuou a ser utilizada na Europa, especialmente em mosteiros, onde monges cultivavam ervas medicinais e destilavam óleos essenciais.

Até poucos séculos atrás, o ser humano contava diretamente com os recursos naturais, para garantir sua sobrevivência. Neste sentido as plantas ocupavam papel primordial para ao homem e seu rebanhos, não só como fonte de alimento, mas também como importante fonte de cura para o corpo, através de plantas com atividades funcionais. As plantas com compostos ativos, já eram empregadas de diversas formas, tais como; fumigação, pastas, chás, infusão dentre outros, por diversas civilizações. Segundo Baudoux, (2018) na China, há mais de 3,5 mil anos da nossa era, já havia sido escrito o mais antigo tratado de fitoterapia conhecido, o qual seria o precursor das farmacopeias atuais. Nele há registro de inúmeros de usos, dentre eles o uso das plantas aromáticas, que eram utilizadas tanto para medicina quanto para rituais religiosos.

O registro do uso das plantas aromáticas, tais como os parecidos com que temos hoje, são os escritos de Imhotep, por volta de 1,5 mil a.C. No entanto foi por volta do século XI, que o príncipe e médico persa Ibn Sina, teria alavancado o uso dos óleos aromáticos com o emprego da técnica de destilação (Baudoux, 2018).

Os avanços nos processos de extração tiveram contribuição de diversas nações, bem como o emprego dos mesmos para os mais diversos fins. Sendo que, no fim do século XVI e início do XVII, já se tinha conhecimento a cerca do emprego de mais de 100 óleos essenciais com usos específicos.

Com o surgimento da síntese química pela indústria, o uso destes produtos naturais, foram de certa forma esquecidos. Tomou lugar as pesquisas e o desenvolvimento dos medicamentos modernos, conhecidos hoje. Pode-se dizer que a renovação do interesse pela cura natural, teria ganhado um novo folego com o químico Francês, René Gattefossé por volta de 1920.

Gattefossé ao queimar-se em um acidente no laboratório, mergulhou o braço em óleo essencial de lavanda. A forma rápida e eficiente com que teria curado a queimadura, levou o químico a  pesquisar mais  a fundo os óleos essenciais. Em 1928 Gattefossé, teria utilizado pela primeira vez o termo aromathérapie, em um artigo cientifico, introduzindo assim a aromaterapia contemporânea (Farrer-Halls, 2015).

Seu trabalho foi pioneiro e inspirou outros cientistas e médicos, como Jean Valnet, que utilizou óleos essenciais para tratar soldados feridos durante a Segunda Guerra Mundial. A partir da década de 1970, a aromaterapia começou a ganhar popularidade no Ocidente, integrando-se a práticas de saúde holística e bem-estar.

Hoje, a aromaterapia é amplamente reconhecida e utilizada em todo o mundo, tanto em contextos clínicos quanto em cuidados pessoais, refletindo um retorno às raízes naturais em meio ao avanço tecnológico.

 

Referências:

1- FARRER-Halls, Gill. A biblia da aromaterapia: o guia definitivo para o uso terapêutico dos óleos essenciais. São Paulo: Pensamento, 2015.

2 – BAUDOUX, Dominique. O grande manual da aromaterapia de Dominique Baudoux. 1 ed. Belo Horizonte: Laszlo, 2018.